Em 2002, o grupo de teatro do Liceu teve o desafio (insano) de montar dois espetáculos: "Drummond" e "Apareceu a Margarida".
O primeiro foi uma belíssima montagem de poemas de Carlos Drummond de Andrade de forma pouco convencional. Era muito bom de se fazer. No elenco éramos, Eu, Ludmilla, Rafael, Anelise, Douglas, Lívia Monteiro, Carol Mulatinho, Iara Rangel, Mercilla e a sonoplastia do saudoso Thiaguinho. Apresentamos algumas vezes no Liceu e depois no então CEFET onde recebemos o convite pra irmos ao Rio nos apresentar na Academia Brasileira de Letras! Dá pra imaginar a chiqueza? Éramos todos uns fedelhos, mas amávamos aquele espetáculo. Eu tenho muita vontade de fazer algo com Drummond denovo. Aliás, dica pra quem quer montar Persona em Cena esse ano.
"Apareceu a Margarida" trata-se na verdade de um monólogo de uma professora muito surtada que fala MUITOS impropérios para toda a turma. Dividimos o texto e então cada um de nós era uma D. Margarida. Eu, Iara, Ludmilla, Mercilla, Carol, Rafael, Mahelle e Lívia Monteiro nos revezávamos e nos divertíamos muito fazendo aquilo. Foi um pouco de insanidade nossa achar que daríamos conta de um monólogo. Mas foi uma experiência ótima, outra dica para o Persona em Cena. Não montar a peça toda, mas um trecho.
Foram minhas duas últimas montagens no Teatro Liceísta. Quem já passou por lá sabe o que isso significa. Nossos nomes estão literalmente gravados ali naquele espaço. Por isso fiquei profundamente irritado quando ao apresentarmos Villa de Lobos, pessoas que estavam ali pela primeira vez, que nunca foram (e provavelmente nunca serão) liceístas, foram lá escrever seus nomes no bastidor. Isso não se faz. É violar um espaço que tem um valor sentimental muito grande pra muita gente. Como eu me emociono em chegar lá e ver os nomes de Rodrigo, Tio Chico, Rafael, Vivian, Lud, Amazona, Bruninho, Thiaguinho e tantos outros que lá estiveram e escreveram a sua história.
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