quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Números do blog

Mesmo sendo fevereiro, mês complicado com carnaval no meio e tendo um dia a menos, o blog manteve o mesmo número de visitas de janeiro (até agora, 29/02 15h57min). Quase mil visitas por mês. Mostra que já tenho um público fiel, o que muito me alegra. 


Obrigado a todos vocês que visitam o blog e fazem disso um hábito. Por favor, mandem sugestões, opiniões  críticas... Enfim... Ficarei no aguardo, ok?


Saudações.

Madredeus - Haja o que houver


Pra embalar essa tarde gostosa de quarta-feira.

É de manhã denovo...

Tire o peso dos ombros.
Respire fundo.
Ouça música alta.
Dance.
Cante a plenos pulmões.
Cumprimente os conhecidos.
Sorria para os desconhecidos.
Permita-se.
Ouse.
Leia mais.
Coma chocolate sem culpa.
Fique com a família.
Vá ao cinema sozinho.
Ria com seus amigos de situações passadas.
Apaixone-se. Por você mesmo.
Seja solidário.
Acredite.


Bom dia.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Uma verdadeira Diva.



Linda...


E porque ela não tem o cabelo azul da Katy Perry, não se veste de homem e de carne como a Gaga, não corta moicano e pinta de vermelho como a Rihanna, não usa micro-vestidos como a Beyoncé, não vive de escândalos, chamam ela de cafona... COM ESSA VOZ TODA.


Hahaha


Cafona pra mim é quem precisa fazer outra coisa do que cantar pra se auto-afirmar "diva".


Cresce, gente.

Wolverine ou Fênix?

Amo essa capacidade de reconstruir a vida que eu desenvolvi. Talvez esse seja o meu superpoder. Uma porção vermelho-ouro de fênix que circula nas minhas veias. No fundo do poço, eu sempre encontro uma cama elástica. É quando eu me encontro lá embaixo, que mais encontro força pra me impulsionar. Um bocado de revanchismo na verdade também faz parte dessa mistura. Um desejo de mostrar a todo mundo que quis me enterrar numa cova grande e larga, que ao terceiro dia tal qual Lázaro, eu saio da sepultura. Não vou dar o gostinho de me verem morto por muito tempo. "Podem até maltratar meu coração, mas meu espírito ninguém vai conseguir quebrar", dizia Renato Russo. Sou vaso ruim. Não quebro. "Envergo, mas não quebro", já diria o meu quase xará Lenine...


Não se preocupe não...


Pode vir mais. Vocês estão lidando com um sobrevivente.

E chegou a hora de recomeçar...

Bom dia, leitores...


Segunda feira pós carnaval. Não tem pra onde correr. A vida começa de verdade agora, apertem o cintos e acelerem. Que tenhamos um ano produtivo, cheio de aventura, paixões e vida. Vida de verdade. Com direito a  alegria, tristeza, decepções, surpresa, amor, medo, euforia, aprendizado e tudo o que se precisa pra se viver plenamente. 


Olha pra cima, bendiga o dia de cada dia.


Feliz Ano Novo!

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Isso é Globalização?

Não é segredo pra ninguém a intensa campanha que a emissora do Jardim Botânico vem fazendo no sentido de popularizar a sua imagem, torná-la mais "povão". A questão é do que estão abrindo mão com essa iniciativa.
Quem assiste TV há alguns sabe do que estou falando. Alguém aqui lembra da qualidade das novelas, do cuidado com o texto, com os elencos, as fantásticas séries como "Incidente em Antares", "A Muralha", "A casa das Sete Mulheres", "Hilda Furacão", entre outras? Alguém explica o que fizeram com a história de Dercy? 100 anos de vida resumidos em 4 episódios corridos com uma Heloisa Perissé fazendo a eterna mesma coisa de sempre e a Fafy Siqueira parecendo o Golias. O próprio BBB que já é ruim na sua essência foi ficando cada vez mais deplorável. 
Uma ou outra produção se salvam atualmente. As duas últimas novelas das seis, por exemplo, "Cordel Encantado" e "A Vida da Gente". Mas nos outros horários a coisa vem tombando há alguns anos. O horário das sete, só conseguiu um respiro com o remake de "Ti ti ti", do saudoso Cassiano Gabus Mendes. Fora isso, foi uma sequência de bobagens de Walcyr Carrasco, e a incursão do bom Bosco Brasil pelas novelas não foi feliz. Sua "Tempos Modernos" não pegou, talvez tenha se proposto a sutilezas demais.
No horário das nove também vemos uma queda de qualidade assustadora. Quem diz que Aguinaldo Silva, Gilberto Braga, Manoel Carlos já escrevam "Vale Tudo", "A Indomada", "Por Amor", "Força de um Desejo" entre outras? A chegada do novato João Emanuel Carneiro deu uma sacudida no velho jeito de fazer novela. Vamos esperar que sua "Avenida Brasil" mantenha o bom histórico do autor.


No jornalismo as coisas ainda soam forçadas, como o inominável Jornal Hoje. As brincadeirinhas de Evaristo e Sandra parecem saídas de um jogral (ruim) de ensino fundamental. O Bom Dia Brasil ainda se adapta à recente chegada de Chico Pinheiro. O JN trocou Fátima Bernardes por Patrícia Poeta que trouxe leveza à bancada, mas o telejornal continua sisudo demais, sem opinião (abertamente declarada, diga-se de passagem, já que a posição da empresa sobre qualquer assunto é sempre deixada clara). O Jornal da Globo é o que melhor se saiu com essa "popularização". Deixamos um Willian Waack carrancudo para trás, e agora a cada edição um mini-editorial traz a opinião do JG sobre o tema do dia. Christiane Pelajo está bem mais a vontade com a nova proposta do telejornal, que na verdade sempre se propôs a ser para um público mais selecionado, mas que se mostrava sisudo e carrancudo como o JN. Nos últimos dois anos com a troca do editor-chefe, o JG passou a ser muito mais palatável sem perder a qualidade.


Os infantis foram sumindo, "TV Colosso", "Caça Talentos", o "Sítio", foram deixados de lado em troca de enlatados da Disney como "ICarly" e "Zac e Cody". Uma pena. Os humorísticos também não são mais os mesmos. Até "A Grande Família" vem perdendo seu fôlego, embora continue dando um banho no resto que é produzido. "As Brasileiras", tem menos a ver com a obra de Stanislaw Ponte Preta que a primeira etapa da série, "As Cariocas". Um texto vulgar cheio de referências infames como "periquita em chamas". Lamentável porque a ideia era boa.


Essa "popularização" da emissora está sendo feita da forma errada, nivelando tudo por baixo, tudo a toque de caixa, sem muito aprofundamento, e consequentemente perdendo o padrão de qualidade de outros tempos. 



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Monólogos: Trocando de pele.

Monólogos: Trocando de pele.: Me olhei no espelho e me vi diferente. Não foi exatamente por fora que eu mudei. Embora a transformação que aconteceu tenha refletido mui...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Papo com o Tião

Oi Tião...


Um dia ruim. Péssimo. Pra se apagar da memória.


Todo mundo já teve ou terá um dia assim. Quando desde o momento em que você pisa no chão até a hora de se deitar, acontece uma sucessão de maus-agouros e intempéries que te deixam com a sensação de que a nuvem negras não vai passar. Mas passa, passa sim Tião. 


Eu quero guardar minhas forças e recarregar minha energia pra amanhã. Algo me diz que eu vou precisar.


Ba noite, Tião.




Tião é um travesseiro comprado na Leader Magazine que veio com um defeito de fábrica: Ele ouve. E até dá uns conselhos de vez em quando...

A casa é sua, velha amiga.

Resolvi me prender aqui, quieto e inerte, sem sono e sem vontade de coisa alguma. Esperando os medos me deixarem dormir e pararem de girar sobre minha cabeça, como móbiles sombrios numa coreografia lenta e mórbida. Solidão, a velha e infalível companheira que sempre volta à casa. Bem-vinda. Puxe uma cadeira. Sirva-se dos restos da geladeira. Dos restos de mim. Conversemos durante toda a madrugada, porque pelo tamanho da sua bagagem vejo que veio pra passar um bom tempo...
Não sei, mas vou desistindo de companhias a cada dia que passa. Quando estou comigo mesmo não me decepciono, não me firo, não sou violentado. Desistindo de amores, não de amigos. Amores-paixões, amores-amores, amores-tesão. Esses só têm me feito mal. Me fazem sentir como um pedaço de carne exposto, um papel qualquer, usado e jogado fora, sem utilidade. 
Aqui e ali eu vou sobrevivendo sem me apegar a nada e a ninguém. E tentando desvencilhar esse funesto nó com o passado. Rasgando cartas, fotos, pedaços de mim e de todos. Tentando não perder a fé num mundo cada vez mais difícil de se manter crédulo em alguma coisa. Procurando aquele velho motivo pra levantar a cada manhã e sorrir pro mundo com aquela cara besta de quem ainda acha que vai dar certo. No momento eu me contento com a insalubre tarefa de não enlouquecer a cada novo dia. Não perder os sentidos em uma vida que já não tem muito sentido. 
Solidão, minha amiga, chegue mais perto.
A casa é sua. 

Desafio dos 50 dias - Dia 14: A figura de um sonho de consumo



Um apartamento na Urca.

Desafio dos 50 dias - Dia 13: Um foto da sua profissão



Ator com muito orgulho.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Desafio dos 50 dias - Dia 12: Uma foto que define sua faculdade, ou a que quer fazer


Desafio dos 50 dias - Dia 11: Uma foto de algo que lembre seu Ensino Fundamental


Um pedaço



É que as vezes sinto que perco partes de mim ao longo da vida. Como um animal mutante que vai desprendendo pedaços de si mesmo, por necessidade, por imposições do destino. O fato é que ao mesmo tempo que perco, sei que ali onde não existe mais o que um dia existiu, logo algo irá nascer e recompor o que ficou pra trás.


Mas o que fazer entre a perda dessa parte até que outra se sobreponha no lugar? Como conviver com o vazio deixado pelo buraco aberto até que algo o preencha? Segredo que não sei e se soubesse, gritaria aos quatro ventos. Porque a dor da perda não é maior do que a dor de conviver com o vazio deixado pelo pedaço que falta.


O pedaço que me falta.

A vida que segue.

Quarta-feira de Cinzas e aquela sensação de que não dá mais pra correr vai chegando. As férias vão ficando pra trás e na próxima segunda já recomeça a rotina toda denovo. Foram dias incríveis, que todos nós merecemos porque sobrevivemos a um ano que não foi nada fácil. Mas agora é hora de re-colocar os móveis no lugar e encarar o leão de cada dia.


É hora de voltar.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Recesso

Eu devia ter avisado antes, mas devido ao carnaval o blog está em recesso e voltará na quinta feira com novidades. Aguardem.

Boa Folia. Bom descanso.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Ganhei o dia.

Essa sensibilidade toda que exala na minha alma acaba por muitas vezes me fazer sofrer. Mas também me traz alegrias. Me faz sorrir e me emocionar com cenas aparentemente banais do dia-a-dia.


Ontem saindo do shopping, passei pelo Saara. Ali tem um mini-parquinho com um escorregador e uma casinha. Nada demais. Dentro da casinha estava um menino, fofucho, de uns 3 anos de idade, se divertindo a beça ali. A avó do lado de fora, olhando sorridente e perguntando "Vai ficar aí é?".  E ela sorria pra ele enquanto ele retribuía com uma sonora gargalhada. Eram pessoas simples, deviam morar por perto. E aquele instante me fez ganhar o dia. Fiquei olhando um bom tempo para eles, sem ser notado. Quanta simplicidade, quanta verdade e quanto amor haviam ali sem que ninguém testemunhasse. Apenas eu. Privilegiado pelos céus. Meus olhos se encheram de água, como nesse momento em que relembro o fato. Me deu uma esperança tão grande no ser humano naquele momento. Em mim mesmo também. E me deu também meio que um dever de ser feliz. 


Até minha sensibilidade voltou a me presentear.


São os bons ventos de um ano bom.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Foice, o tempo

Você me pediu perdão como se pudéssemos remover com uma borracha nosso pequeno e trágico passado. Mas eu te perdoei porque não consigo gastar um átimo de segundo da minha existência guardando qualquer sentimento por você. E para te perdoar, precisei perdoar também a mim mesma pela armadilha que criei quando eu estava triste e desorientada demais para achar que você pudesse me dar qualquer tipo de direção e desabei nos seus braços e me deixei levar pelas suas mentiras caudalosas. E você, com sua personalidade nociva e perversa, e por viver tão afundando na ignorância de ser quem é ainda pensou que ser perdoado era um passaporte para qualquer tipo de aproximação. Não. Agora eu tenho sanidade para fazer escolhas certas e não estou mais frágil como antes. O que você me causou e as consequências graves que tive que administrar sozinha, por causa da sua covardia, me fortaleceram de tal forma, que o meu horizonte interno se ampliou no peito e nos olhos e o meu tamanho teve que ser aumentando para comportar tantos aprendizados. Por isso, a pessoa que consegue te perdoar hoje, não é a mesma que você feriu com toda crueldade que eu não sabia ser possível num ser humano considerado socialmente normal. O mal que você tem feito a si mesmo, não é mais problema meu e a minha presença seria um presente dado a alguém que não tem a menor condição de receber o que é bom. Eu poderia ter ajudado você a se lapidar com a minha predisposição para o amor. Mas você, acostumado a viver na escuridão, não soube suportar a minha luz.
Espero que encontre alguma paz se algum dia conseguir e quiser viver dentro da honestidade.
*
*
Marla de Queiroz


http://doidademarluquices.blogspot.com/

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Eu e o Teatro - Coração Brasileiro

Em 2002 estava apenas envolvido com as montagens do Liceu, mas vez por outra ouvia Lud e Rafael comentando sobre a nova montagem da Persona, que eles estavam no elenco. Até que dois atores sumiram dos ensaios então Tia Tânia chamou a mim e a Tiaguinho pra fazer uma leitura do texto de "Coração Brasileiro". A peça conta a história de 4 amigos que crescem juntos, participando ativamente da história do país, contada no texto de 1964 até a eleição de Lula em 2002. Dividimos o espetáculo em 4 fases: Infância, Adolescência, Juventude e a fase Adulta. Em cada uma dessas fases, um ator diferente vivia um dos 4 personagens, ou seja havia um Jonas, uma Marta, uma Alice e um Tunico diferente em cada uma das fases.


Após a primeira leitura, decidiu-se que Tiaguinho faria o Tunico da primeira fase e eu faria o Baltazar, um porteiro de cinema que aparece na segunda fase e o Tunico da terceira. Porém o ator que fazia esse personagem e que havia sumido do mapa, reapareceu. E agora? Eu ia ficar sem personagem. Porém, eu já havia lido o texto e percebido que um outro personagem ainda não tinha "dono". Miro Marks, um diretor de teatro que aparecia na quarta fase. Então eu resolvi na cara dura pedir pra fazer uma leitura dele e acabei ficando com o papel. 


E foram se passando os ensaios. Era um desafio. Atores diferentes fazendo o mesmo personagem em fases distintas da vida. Mas era muito gostoso também. Estudamos a fundo cada momento da história recente do país. O texto era muito inteligente, fazia o público pensar e aprender sem ser didático. A trilha sonora foi outro charme da peça... E a participação dos contrarregras? Era sensacional o que eles faziam, o público amava... Terminávamos a peça com uma coreografia fantástica montada por Zé Fernando e ensaiada duramente por Tia Jéssica.


E faltando 3 dias para a estreia... Como em Decote... Um ator precisou se desligar do grupo. E quem era esse ator? O que fazia o Tunico da terceira fase, que havia sumido no início do processo... E então, faltando 3 dias para estrearmos, lá ia eu mais uma vez encarar o desafio de assumir um personagem. Mas era diferente de Decote. A Terceira fase era imensa, e o Tunico era um personagem extremamente rico. Só consegui amadurecê-lo ao longo da temporada.


O espetáculo foi um sucesso na história da Companhia. Muita gente até hoje fala nele, fala comigo do Miro Marks. Foi um dos melhores e mais felizes elencos em que já estive. A gente adorava estar junto. Se respeitava. Se protegia. Se amava de verdade. Fizemos duas temporadas, a primeira em 2002 e a segunda em 2003 com algumas substituições no elenco. E ainda uma mega apresentação na tenda do Farol, com plateia hiper-lotada e com o maior aplauso que já recebemos na vida. Chegamos a pensar na hipótese de uma outra temporada, mas a partida de Tiaguinho nos deixou sem chão. A morte dele foi algo tão inesperado e tão doloroso, que não sei se daríamos conta. Eis o elenco.


Jonas - David e Decinho
Marta - Vívian (Sunshine) e Tainá
Alice - Ludmilla, Amazona, Juliana
Tunico - Tiaguinho, Rafael (Leon) e Eu.


Mara - Carol
Celeste - Iara
Miranda - Pedrinho
Baltazar - Eu
Bilheteira - Carol
Professor - Pedrinho
Concierge - Carol
Miro Marks - Eu
Carol - Gláucia (Ludmilla)


Contrarregras - Mahelle, Elias, Tio Chico e Lívia.


Ainda hoje tenho muitas saudades desse tempo, desse espetáculo, de tudo o que vivemos juntos. Desses sorrisos, de como fomos felizes. Olhar essa foto e não ter olhos cheios de lágrimas é impossível. Saudade, meus queridos. Muitas saudades.


Basta de Clamares Inocência - Cartola na voz de Elis

Basta de clamares inocência
Eu sei todo o mal que a mim você fez
Você desconhece consciência
Só deseja o mal a quem o bem te fez
Basta não ajoelhes, vá embora
Se estás arrempedida
Vê se chora
Quando você partiu
Disseste chora, não chorei
Caprichosamente fui esquecendo
Que te amei
Hoje me encontras tão alegre
e diferente
Jesus nao castiga o filho que está inocente
Basta não ajoelhes, vá embora
Se estás arrependida
Vê se chora






sábado, 11 de fevereiro de 2012

Loucos e Santos - Oscar Wilde

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Lady Antebellum - I Run to You.


Trocando de pele.

Me olhei no espelho e me vi diferente.


Não foi exatamente por fora que eu mudei. Embora a transformação que aconteceu tenha refletido muito nos meus olhos. De repente vi o passado se desprender de mim. Os fantasmas. O peso. A dor. As nuvens negras. Todo o lixo acumulado por anos de repente soltou-se e me vi leve, folha verde de verão, pássaro que escapa do laço do passarinheiro. Pessoas que insistiam em me manter presas, ficaram pra trás de repente, como placas velhas no meio da estrada, sumindo no retrovisor, ficando cada vez menores até desaparecerem de vez. 


Como os animais que trocam de pele, assim foi. O velho, o desnecessário, o que já estava podre, caiu como escamas que se soltam. Entendi que não posso mais olhar e me fixar no passado. É tempo de acelerar. Pra frente. Com fé. Com Coragem. Há muita coisa pra viver. Há muito sonho pra sonhar. Há muito pra ser. Muito por fazer.


Lênin Willemen, 10 de fevereiro de 2012. 
Feliz Vida Nova.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Eu e o Teatro Parte 3 - Liceu

Em 2002, o grupo de teatro do Liceu teve o desafio (insano) de montar dois espetáculos: "Drummond" e "Apareceu a Margarida".


O primeiro foi uma belíssima montagem de poemas de Carlos Drummond de Andrade de forma pouco convencional. Era muito bom de se fazer. No elenco éramos, Eu, Ludmilla, Rafael, Anelise, Douglas, Lívia Monteiro, Carol Mulatinho, Iara Rangel, Mercilla e a sonoplastia do saudoso Thiaguinho. Apresentamos algumas vezes no Liceu e depois no então CEFET onde recebemos o convite pra irmos ao Rio nos apresentar na Academia Brasileira de Letras! Dá pra imaginar a chiqueza? Éramos todos uns fedelhos, mas amávamos aquele espetáculo. Eu tenho muita vontade de fazer algo com Drummond denovo. Aliás, dica pra quem quer montar Persona em Cena esse ano.


"Apareceu a Margarida" trata-se na verdade de um monólogo de uma professora muito surtada que fala MUITOS impropérios para toda a turma. Dividimos o texto e então cada um de nós era uma D. Margarida. Eu, Iara, Ludmilla, Mercilla, Carol, Rafael, Mahelle e Lívia Monteiro nos revezávamos e nos divertíamos muito fazendo aquilo. Foi um pouco de insanidade nossa achar que daríamos conta de um monólogo. Mas foi uma experiência ótima, outra dica para o Persona em Cena. Não montar a peça toda, mas um trecho.


Foram minhas duas últimas montagens no Teatro Liceísta. Quem já passou por lá sabe o que isso significa. Nossos nomes estão literalmente gravados ali naquele espaço. Por isso fiquei profundamente irritado quando ao apresentarmos Villa de Lobos, pessoas que estavam ali pela primeira vez, que nunca foram (e provavelmente nunca serão) liceístas, foram lá escrever seus nomes no bastidor. Isso não se faz. É violar um espaço que tem um valor sentimental muito grande pra muita gente. Como eu me emociono em chegar lá e ver os nomes de Rodrigo, Tio Chico, Rafael, Vivian, Lud, Amazona, Bruninho, Thiaguinho e tantos outros que lá estiveram e escreveram a sua história. 

Próximo Post: Coração Brasileiro.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Novas cores

Eu sou assim. Quando eu mudo de cor, mudo aquilo que me representa também. No caso aqui, é o blog. O chumbo de antes não me pertence mais nesse momento. É tempo de cores. Sol. Areia do mar. Vida explodindo em sensações tão pequenas. Mas são nas mínimas mudanças que a mulher percebe a nova vida que está sendo gerada. Nas pequenas coisas que Deus se manifesta com mais profundidade.

Bem vindo de volta, Sol.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

A Vida da Gente - Crítica



Bom não é esse o propósito do blog, mas como ator, diretor e alguém que tem paixão pelas letras, não posso me furtar a falar sobre o curioso caso da novela das seis "A Vida da Gente".

A Globo estava com um pepino no horário há alguns anos. O último grande sucesso (ainda assim de qualidade dramatúrgica duvidosa) foi "Alma Gêmea", em 2005. De lá pra cá o que se viu foi uma repetição de clichês e nada de novo. "Sinhá Moça" tinha um bela fotografia e bom elenco, mas era mais do mesmo. Elizabeth Jhin tentou algo diferente em "Eterna Magia" mas foi prontamente orientada a transforma sua trama de Bruxas e Magos em mais um folhetim água com açúcar. E o que se viu a seguir foi uma sucessão morna de histórias que soavam remakes de si mesmas.

A história começou a mudar em abril de 2011 com "Cordel Encantado". Um risco que a emissora decidiu correr: Uma trama de reis e rainhas misturada com o sertão brasileiro. Elenco, figurino, cenário, direção e história afinados renderam uma das melhores produções do horário. Então veio o desafio de se manter o padrão da qualidade alcançada pela trama de Telma Guedes e Duca Rachid.

Lícia Manzo veio com sua primeira novela solo. Anteriormente, escreveu o seriado de única temporada "Tudo Novo de Novo", estrelado por Júlia Lemmertz e Marco Ricca. Agora tinha a responsabilidade de manter a audiência conquistada pela bem-sucedida "Cordel Encantado".

Lícia optou por um trama com poucos personagens, o que permite tramas mais densas e profundas e parece que é exatamente essa a proposta de "A Vida da Gente". Não há clichês. Não há previsibilidade. Não há vilões. O ser humano é apresentado na sua complexidade e na suas multifacetas. Não se pode dizer que Eva ou Vitória sejam vilãs. Apesar do comportamento obcecado das duas, elas são completamente críveis e não são más no sentido maniqueísta da palavra. A primeira tem adoração pela filha, e não comete atrocidades e assassinatos como a Tereza Cristina de "Fina Estampa". A segunda é uma treinadora mão-de-ferro, amarga, dura, mas que ao mesmo tempo condenou veementemente a atitude da atleta que tomou estimulantes antes de entrar em quadra. Não são conceitos morais que faltam às duas. São emocionais.

A trama central fala de amor, claro. Mas foge do lugar-comum ao ir além do quem-fica-com-quem. Manu, Ana e Rodrigo são personagens que têm profundidade e a autora usa de outros personagens para devassar a intimidade desse triângulo. O público sente-se como amigo e confidente dos personagens. A autora traz no texto, reflexões e pensamentos que levam o público a se identificar e compreender o que se passa com cada personagem. A autora ainda usa do cotidiano, das cenas mais comuns do dia a dia como pano de fundo nas suas cenas, o que faz lembrar os bons tempos de Manoel Carlos. Tudo com muita beleza e delicadeza. A direção de arte é outro show a parte. Figurinos, cenários, o filtro usado na câmera. Até a acertada escolha em fugir do eixo Rio-São Paulo e ambientar a novela em Porto Alegre e Gramado, duas cidades belíssimas e com paisagens que combinam perfeitamente com a certa dose de melancolia que a trama traz.

A novela traz Fernanda Vasconcelos em seu melhor momento na TV. Marjorie Estiano confirma o que se percebe dela desde muito tempo: É uma atriz pronta. O mesmo não se pode dizer de Rafael Cardoso, que ainda precisa de muito feijão-com-arroz. No mais o elenco é homogêneo. Gisele Fróes, Ana Beatriz Nogueira, Thiago Lacerda, Ângelo Antônio, Regiane Alves, Paulo Betti, Malu Gali estão seguros e dando show em cena. Gratificante é ver o trabalho de Nicette Bruno e Stênio Garcia sendo valorizado numa trama tão bonita.

A novela trouxe a grata surpresa que atende pelo nome de Maria Eduarda, atriz excelente que vem arrebentando num papel extremamente difícil. E ainda a pequena Jesuela Moro que foge do tatibitate comum às crianças da sua idade em novelas. Quem surpreendeu também positivamente foram Sthefany Brito, Daniela Escobar, Leona Cavalli e Júlia Almeida. Atrizes que sempre foram fraquinhas, mas conseguiram um resultado satisfatório na novela. Claro que nem tudo são flores. Rafael Almeida, Eriberto Leão e Francisco Cuoco continuam interpretando a si mesmos. E a novela sofre agora mais uma baixa com a entrada do infame Klebber Toledo. Mas, o que há de se fazer né?

A novela entra em sua reta final e já deixa saudade com uma das melhores produções da Globo nos últimos dez anos. Aliás, louvável essa postura da emissora em investir no horário das seis. Que assim seja com "Amor, eterno Amor" de Elizabeth Jhin que vem por aí.



sábado, 4 de fevereiro de 2012

Dose de Grey's Anatomy


"As vezes você nem sabe que algo mudou. Acha que você é você, e sua vida ainda é sua vida, mas você acorda um dia e olha ao seu redor e não reconhece mais nada.. n a d a mesmo!" 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Esperou.

Insistira naquele encontro.

Não poderia ser no dia seguinte ou na semana que vem. Tinha que ser naquela terça feira. Passara o dia se preparando para aquela noite. Cortara o cabelo pela manhã com o barbeiro de sempre. Falaram sobre o final de ano, onde passariam o réveillon faltavam apenas dois dias para o fim de 2010. Se despediram com votos de um bom ano.
Nunca fora dado às compras, mas rendeu-se ao shopping. Uma camisa nova e um perfume diferente, valeria a pena. E um Cd novo de Lady Antebellum. A noite precisaria de uma trilha sonora especial.
Voltou caminhando e cantando pela rua... Passou no supermercado, comprou o que precisaria para um jantar de primeira. Já em casa, dera um jeito de limpar tudo, guardara as roupas que viviam na cadeira do computador, trocou o jogo de cama, as toalhas do banheiro, o jogo americano. Sempre achou cafona, mas comprara algumas velas e espalhou pelo apartamento. Deixou a sacada aberta e foi para o banho. Aproveitou cada minuto, fez a barba. Colocou a camisa azul que havia comprado e o perfume que tinha notas cítricas com um fundo amadeirado.
Olhou mais uma vez cada detalhe. Ligou a música. Sentou-se no sofá e esperou.
Esperou.
Esperou mais um pouco.
Esperou muito.

As velas se apagaram. O Cd acabou. O perfume passou. O jantar esfriou. A camisa amarrotou. 
Por volta de duas horas da manhã chegou um sms:

"Ele não vai. Tah aqui bebendo e com outra pessoa. Desculpa mas eu tinha que falar."

O celular desprendeu-se dentre os dedos e atingiu o chão como que em câmera lenta. Olhou à sua volta. A casa arrumada, o jantar, a roupa. O retrato que tinha colocado de volta no aparador.
Não parou a dor.


Abriu a porta, desceu as escadas e saiu errante pela rua. 




Nunca mais o vi.