Resolvi me prender aqui, quieto e inerte, sem sono e sem vontade de coisa alguma. Esperando os medos me deixarem dormir e pararem de girar sobre minha cabeça, como móbiles sombrios numa coreografia lenta e mórbida. Solidão, a velha e infalível companheira que sempre volta à casa. Bem-vinda. Puxe uma cadeira. Sirva-se dos restos da geladeira. Dos restos de mim. Conversemos durante toda a madrugada, porque pelo tamanho da sua bagagem vejo que veio pra passar um bom tempo...
Não sei, mas vou desistindo de companhias a cada dia que passa. Quando estou comigo mesmo não me decepciono, não me firo, não sou violentado. Desistindo de amores, não de amigos. Amores-paixões, amores-amores, amores-tesão. Esses só têm me feito mal. Me fazem sentir como um pedaço de carne exposto, um papel qualquer, usado e jogado fora, sem utilidade.
Aqui e ali eu vou sobrevivendo sem me apegar a nada e a ninguém. E tentando desvencilhar esse funesto nó com o passado. Rasgando cartas, fotos, pedaços de mim e de todos. Tentando não perder a fé num mundo cada vez mais difícil de se manter crédulo em alguma coisa. Procurando aquele velho motivo pra levantar a cada manhã e sorrir pro mundo com aquela cara besta de quem ainda acha que vai dar certo. No momento eu me contento com a insalubre tarefa de não enlouquecer a cada novo dia. Não perder os sentidos em uma vida que já não tem muito sentido.
Solidão, minha amiga, chegue mais perto.
A casa é sua.
Não sei, mas vou desistindo de companhias a cada dia que passa. Quando estou comigo mesmo não me decepciono, não me firo, não sou violentado. Desistindo de amores, não de amigos. Amores-paixões, amores-amores, amores-tesão. Esses só têm me feito mal. Me fazem sentir como um pedaço de carne exposto, um papel qualquer, usado e jogado fora, sem utilidade.
Aqui e ali eu vou sobrevivendo sem me apegar a nada e a ninguém. E tentando desvencilhar esse funesto nó com o passado. Rasgando cartas, fotos, pedaços de mim e de todos. Tentando não perder a fé num mundo cada vez mais difícil de se manter crédulo em alguma coisa. Procurando aquele velho motivo pra levantar a cada manhã e sorrir pro mundo com aquela cara besta de quem ainda acha que vai dar certo. No momento eu me contento com a insalubre tarefa de não enlouquecer a cada novo dia. Não perder os sentidos em uma vida que já não tem muito sentido.
Solidão, minha amiga, chegue mais perto.
A casa é sua.
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