Ele segurou o elevador para ela:
- Boa tarde.
- Boa tarde. Obrigado. O senhor também vai para o décimo segundo?
- Vou.
Durante alguns segundos, aquele silêncio típico de elevador. Até que de repente...
Clang!
- O que foi isso?
- Não sei, acho que nós paramos.
O.K., presos no elevador é um péssimo lugar-comum, mas fazer o quê? Quem nunca escreveu um conto lugar-comum que atire a primeira bolinha de papel (um conto ruim amassado, por certo). Desistiu, não é mesmo? Continuando...
Ela está nervosa.
- Será que vai demorar muito?
- Não sei. É melhor você... Posso te chamar de você?
- Claro.
- É melhor você se acalmar. Espere um minuto... – Ele mexe em algumas sacolas de supermercado e tira um pacote de chá. – Toma cheira isso...
- Cheirar chá?
- É de camomila. Dizem que acalma, e como não dá para fazer um chá aqui...
Ela, lânguida, cheira o saquinho de chá.
- Não é que funciona mesmo?
- Eu não disse? – Há um certo tom de triunfo na voz dele.
Novamente silêncio de elevador.
- O senhor mora aqui há muito tempo?
- Mudei-me faz um mês, depois que casei. Pode me chamar de você também, viu?
- Certo.
Alguém grita da portaria:
- Em meia hora a gente tira vocês daí!
Ela se irrita:
- Pronto, perdi o flagrante!
- O que foi que você disse?
- Agora não pego mais o cretino do Vítor no flagra!
- Desculpe, quem é Vítor?
- O safado do meu marido. Eu descobri que toda quinta-feira, nessa hora ele se encontra com uma sirigaita que mora aqui!
- No décimo segundo andar?
- Exatamente. E o pior é que parece que a tal fulana é casada.
A ficha dele cai.
Clang.
- Mas... Essa só pode ser a Laura!
- Quem é a Laura?
- A minha mulher!
- Oh, eu sinto muito...
- Vagabunda!
- Não fique assim...
- Biscate!
- Toma um saquinho de chá...
- Eu vou me vingar!
- Como?
- Tira a roupa.
- O quê? Você ficou doido?
- Quer vingança maior, do que os traídos traírem os traidores?
- Hã?
- Cala a boca e me beija!
Meia hora depois...
- Bom, chegamos! Valeu a pena, não?
- E como! Perto de você o Vítor não faz nem cócegas...
- Vamos entrar e tentar dar o flagrante?
- Claro. Ei, o apartamento é o 1208.
- Impossível, aqui só vai até o 1206!
- Este não é o Edifício Sete de Setembro?
- Não. O Sete de Setembro fica aqui do lado.
Apertaram as mãos. E trocaram telefones, é claro. E ele entrou em casa e beijou a Laura, uma santa.
- Boa tarde.
- Boa tarde. Obrigado. O senhor também vai para o décimo segundo?
- Vou.
Durante alguns segundos, aquele silêncio típico de elevador. Até que de repente...
Clang!
- O que foi isso?
- Não sei, acho que nós paramos.
O.K., presos no elevador é um péssimo lugar-comum, mas fazer o quê? Quem nunca escreveu um conto lugar-comum que atire a primeira bolinha de papel (um conto ruim amassado, por certo). Desistiu, não é mesmo? Continuando...
Ela está nervosa.
- Será que vai demorar muito?
- Não sei. É melhor você... Posso te chamar de você?
- Claro.
- É melhor você se acalmar. Espere um minuto... – Ele mexe em algumas sacolas de supermercado e tira um pacote de chá. – Toma cheira isso...
- Cheirar chá?
- É de camomila. Dizem que acalma, e como não dá para fazer um chá aqui...
Ela, lânguida, cheira o saquinho de chá.
- Não é que funciona mesmo?
- Eu não disse? – Há um certo tom de triunfo na voz dele.
Novamente silêncio de elevador.
- O senhor mora aqui há muito tempo?
- Mudei-me faz um mês, depois que casei. Pode me chamar de você também, viu?
- Certo.
Alguém grita da portaria:
- Em meia hora a gente tira vocês daí!
Ela se irrita:
- Pronto, perdi o flagrante!
- O que foi que você disse?
- Agora não pego mais o cretino do Vítor no flagra!
- Desculpe, quem é Vítor?
- O safado do meu marido. Eu descobri que toda quinta-feira, nessa hora ele se encontra com uma sirigaita que mora aqui!
- No décimo segundo andar?
- Exatamente. E o pior é que parece que a tal fulana é casada.
A ficha dele cai.
Clang.
- Mas... Essa só pode ser a Laura!
- Quem é a Laura?
- A minha mulher!
- Oh, eu sinto muito...
- Vagabunda!
- Não fique assim...
- Biscate!
- Toma um saquinho de chá...
- Eu vou me vingar!
- Como?
- Tira a roupa.
- O quê? Você ficou doido?
- Quer vingança maior, do que os traídos traírem os traidores?
- Hã?
- Cala a boca e me beija!
Meia hora depois...
- Bom, chegamos! Valeu a pena, não?
- E como! Perto de você o Vítor não faz nem cócegas...
- Vamos entrar e tentar dar o flagrante?
- Claro. Ei, o apartamento é o 1208.
- Impossível, aqui só vai até o 1206!
- Este não é o Edifício Sete de Setembro?
- Não. O Sete de Setembro fica aqui do lado.
Apertaram as mãos. E trocaram telefones, é claro. E ele entrou em casa e beijou a Laura, uma santa.
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