De toda a geração emergida no boom do rock nacional em
No terceiro disco, Que País É Este 1978/1987, a Legião amarrou de vez a ponte entre o Aborto Elétrico e o Trovador Solitário, gravando várias faixas que circulavam na obra daqueles trabalhos anteriores de Renato. Da violência naturalista de “Que país é este?” à singeleza romântica de “Eu sei”, a Legião era a síntese daquilo tudo: o ápice criativo de Renato e o rebuscamento de Dado e Bonfá (Nesta época, eles ainda contavam com Renato Rocha, o Negrete, baixista que entrou no grupo à época da gravação do primeiro disco e saiu depois deste terceiro trabalho).
Os primeiros anos sem o comando militar ainda eram marcados pela sombra que o governo de José Sarney representava. Para piorar, o fracasso das duas versões do Plano Cruzado provocavam um caos econômico no país e uma falta de perspectivas reais. As tintas que refletiam isso estavam sempre presentes nos trabalhos da Legião Urbana. Em momentos como aquele, elas pareciam tomar mais destaque. O rock brasileiro ainda sofria questionamentos quanto à sua legitimidade cultural, acusado de ser apenas uma importação anglo-saxônica, sem originalidade. Na esteira da resposta a esses críticos, os Paralamas tinham acabado de estourar “Alagados”, um hit cheio de referências caribenhas, nordestinas, com uma letra abraçada por todas as camadas sociais do país. A Legião faria mais e colocaria a saga de vida e morte de um nordestino, cantada em forma de repente, com enredo de história de cordel e nove minutos de duração, para ser a música mais tocada do país. “Faroeste caboclo” se tornou um marco da década de 80 e a Legião Urbana assumia, definitivamente, o posto de maior banda do Brasil.
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