sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011... O ano de Mil Pedaços



Como hoje é o ultimo dia em que estarei aqui no PC, aproveito para mais uma vez deixar toda a minha gratidão e afeto aos parceiros daquele que eu acredito que tenha sido o projeto da minha vida:
Mil Pedaços.


Anderson Moura: Um dos momentos mais emocionantes foi a sua sincera e pura alegria ao receber o convite para integrar este elenco. Como você agrega ao grupo! É um ponto importante, de equilíbrio, e como é fácil lidar com você. Você é transparente, claro, verdadeiro. Um ator com um potencial incrível, e que voz hein, menino? Benzadeus! Em 11 anos que estou na Persona, acho que poucas vezes me arrepiei tanto ao ver alguém cantando. Você é fantástico, garoto.

Iara Reis: Aquela que entra pra salvar o barco. inicialmente não estava dentre os nomes para o elenco, pois a ideia era não misturar Mil Pedaços com Olho D'água. Mas não havia quem pudesse fazer A Separada com a maturidade e a força que você colocou. O papel foi escrito para você. Na verdade , enquanto eu escrevia eu pensava em cada um, o que cada um faria. Você se entregou ao projeto de forma inteira e acrescentou maturidade e criatividade ao grupo. Obrigado por superar minhas expectativas. Eu sabia que você daria conta. Mas não sabia que iria tão longe.

Hugo Gandra: "Colocar Hugo num musical? Tem certeza, Lênin?" TEEEENHO. É, moço... Obrigado por provar que eu estava certo, por mostrar que o potencial que eu vejo em você não é inventado. Nunca permita que te tirem o que você tem de mais precioso: Seu olhar. É sincero, é verdadeiro, é comovente. Muitas e muitas vezes em meio às tempestades e incertezas sobre se ia dar certo no final, era nos seus olhos que eu via serenidade e certeza. E você levou isso pro Platônico de uma forma tão bonita, tão verdadeira... E jamais duvide da força que você tem. Pois os seus vôos, vão ser altos nessa vida, meu caro. Anote bem minhas palavras... Vôos Altos...

Lara Hellena: Todo grupo tem que ter uma desequilibrada. Mas no bom sentido, viu Beautiful? A gente PRECISA de você falando loucura no meio do ensaio. Você começou com tanto medo, tão insegura... Mas ao longo do processo foi amadurecendo, colocando opiniões, acreditando mais em si mesma. Mas você pode MUITO mais. Não tenha medo de ser a estrela que você é. Estude, ouça, busque, acredite, sonhe, sonhe alto. Se aprofunde. Meu desafio em 2012 é fazer você brilhar muito mais neste espetáculo. Pois você pode. E VOCÊ VAI.

Felipe Rangel: De longe veio, hein? Não tinha dúvidas de que musicalmente você daria conta. Mas e cenicamente? Era um desafio pra nós dois. E acho que vencemos essa, hein? Quem diria? O que você conseguiu em Mil Pedaços, foi um avanço MUITO grande pra sua carreira e pra sua vida. Em muitos momentos suas opiniões foram fundamentais para o andamento da peça. E agora é subir degraus, descobrir o que mais esse personagem tem. Me emociona muito ver a sua gratidão por estar neste espetáculo e sua vibração pelos colegas em cena. Isso chama-se GENEROSIDADE. E é umas das suas maiores qualidades como ator e companheiro.

Paula Melo: Se pelo lado do canto era um risco te colocar num musical, pelo lado pessoal e artístico era uma certeza. Eu sabia que você faria dessa Apaixonada alguém "apaixonante". Você tem um carisma, um brilho que é seu, só seu. Ninguém te deu. E leveza. Você traz leveza para o espetáculo. Inteligente, observadora, crítica, objetiva. E doce. Nunca duvidei que você daria conta. Mas tenho que admitir. Você superou muito minhas expectativas. Você pode ir a lugares incríveis. É só acreditar em si mesma. Você não é boa. Você é Excelente.

Thássia Nunes: Vendo as fotos do SESI eu fiquei embasbacado: Como você fica LINDA em cena em Mil Pedaços. Sua figura é deslumbrante, fascinante. Me socorreu de forma tão generosa, sem reclamar da minha exigência, sem me chamar de chato, com uma boa vontade e disposição emocionantes. E como você cresceu como instrumentista! Só posso agradecer muito a sua presença nesse grupo. Você é parte fundamental neste elenco. Que possamos trabalhar muito juntos em 2012.

Muitíssimo obrigado, meus queridos. Saibam que vocês realizaram um dos sonhos da minha vida. E isso eu não vou esquecer nunca. Vocês são mais que especiais. Vocês são como filhos. E eu vou brigar por vocês sempre. Defenderei minha cria até o fim.

Amo vocês. Feliz 2012!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Papo com o Tião

Oi Tião...


Tenho andado tão cansado que nem tenho conversado contigo. Mas também tem faltado assunto, sabe? Tudo meio que mal-parado, dias sem sal... Enfim, só esperando mesmo o ano acabar.


Eu acho que prendi muito esse ano, sabe Tião. Descobri muita coisa importante. Acho que a mais importante, é que eu tenho uma força dentro de mim, sabe? Eu nem sei de onde ela vem, mas sei que quando eu penso que não vai dar jeito, que é o fim, que foi tudo por água abaixo, que a dor vai me matar; eu me descubro VIVO, Tião! Vivinho da Silva, inteiro. Com arranhões, machucados. Mas vivo. E mais forte.


Algo me diz que eu descobri essa força na hora certa. Porque eu vou precisar dela em 2012.


Ba'noite, Tião




Tião é um travesseiro comprado na Leader Magazine que veio com um defeito de fábrica: Ele ouve. E até dá uns conselhos de vez em quando..

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Desafio dos 50 dias: Dia 2: Uma foto do seu momento preferido da História




Em 16 de agosto de 1992, milhões de jovens brasileiros tomaram as ruas das capitais com a cara pintada e vestindo roupas negras, como luto contra a corrupção do governo do então presidente do Brasil, Fernando Collor. Aquele domingo, mais tarde, ficaria conhecido como o “domingo negro” e aqueles grupos de jovens que, apesar de distantes clamavam em mesma voz pela justiça e pelo impeachment de Collor, ficaram conhecidos como Caras Pintadas. O movimento estudantil dos Caras Pintadas teve sua primeira reunião em 29 de maio de 1992. E as manifestações públicas aconteceram entre agosto e setembro daquele ano:

Desde a época das Diretas Já (1982-1984), os estudantes brasileiros estavam bem envolvidos com os processos políticos do nosso país. Neste sentido, é possível citar conquistas como o passe livre nos transportes e o direito da meia-entrada em espetáculos culturais. Os processos políticos no nosso país sempre foram temas de debates. Seja pelas ditaduras que passamos ou pelo início de uma democracia bastante questionável. Em relação a estes questionamentos, Fernando Collor talvez seja o maior exemplo de frustração política e distorção de imagem na nossa história.

Fernando Collor de Mello foi eleito em 1989 e tomou posse em 1990. Durante o processo eleitoral, muitas críticas foram feitas por conta da interferência de grandes organizações privadas. Com o passar do seu mandado, Collor foi bastante questionado por medidas econômicas adotadas como mudança de moeda, criação de impostos (IOF), aumento de tarifas públicas e redução de incentivos. Todas essas medidas ficaram conhecidas como “Plano Collor”.

Um dos eventos considerados o estopim foi o chamado confisco da poupança, que obrigou todos os cidadãos brasileiros a emprestarem todo o dinheiro que tivessem em suas poupanças que excedesse os Cr$50.000,00. O governo prometia que devolveria o dinheiro emprestado em um prazo mínimo.

A situação ficou fora de controle depois que Pedro Collor de Mello, irmão de Fernando Collor, apresentou diversos documentos que indicavam roubo de dinheiro público, enriquecimento ilícito, tráfico de influência e corrupção. Em entrevista concedida à revista Veja, Pedro Collor citou seu irmão presidente e Paulo César Farias (PC Farias) como cabeças-chave do esquema. O circo estava armado e as entidades civis do país se reuniram para iniciar o “Movimento pela Ética na Política”.

4 Paixões de 2011 - Para a paixão nº 4



It's been a long time since I came around
Been a long time but I'm back in town
And this time I'm not leavin' without you

You taste like whiskey when yoü kiss me awe
I'd give anything again to be your babydoll
This time I'm not leaving without you

He said, sit back down where yoü belong
In the corner of my bar with your high heels on
Sit back down on the couch where we
Made love the first time
And yoü said to me

Somethin', somethin' about this place
Somethin' 'bout lonely nights
And my lipstick on your face
Somethin', somethin' about
My cool Nebraska guy
Yeah somethin' about
Baby yoü and I

It's been two years since I let yoü go
I couldn't listen to a joke or rock n'roll
And muscle cars drove a truck right through my heart

On my birthday yoü sang me "Heart Of Gold"
With a guitar hummin' and no clothes
This time I'm not leaving without yoü

4 Paixões de 2011 - Para a paixão nº 3



Vai. 
Vê se me esquece...
Tira meu nome da lista de telefone
Vai ver que o mundo anda tão bem
mesmo eu sem você, você sem ninguém
Eu vou por aí, vai se livra de mim
vai ver que é mesmo assim
Não tem nada de mágoa
o caminho da água também é cheio de pedras
E o rio não pára
mas não tem nada de rio, de água, de pedra
Não tem explicação..não tem nada não
Eu vou por aí,vai se livra de mim
vai ver que é mesmo assim
Eu vou seguir a luz dos faróis que me lembram seus olhos
Vai ver que eles podem me ajudar a ver que não há de ser nada
Que nao há de ser nada..eu vou por aí,eu vou por aí
Pior de tudo é que a gente ainda vai se ver
ando em ruas que não sei o nome pra me perder
Pior de tudo é que a gente ainda vai se ver
ando em ruas que não sei o nome 
pra me perder

domingo, 25 de dezembro de 2011

4 Paixões de 2011 - Para a paixão nº 1


Eu quis você e me perdi. Você não viu e eu não senti.
Não acredito nem vou julgar. Você sorriu, ficou e quis me provocar.

Quis dar uma volta em todo o mundo, mas não é bem assim que as coisas são. Seu interesse é só traição
E mentir é fácil demais, mentir é fácil demais.
Mentir é fácil demais, mentir é fácil demais

Tua indecência não serve mais. Tão decadente e tanto faz. 
Quais são as regras? O que ficou? O seu cinismo essa sedução
Volta pro esgoto baby, vê se alguém lhe quer.

O que ficou é esse modelito da estação passada
Extorsão e drogas demais, todos já sabem o que você faz. Teu perfume barato, teus truques banais, você acabou ficando pra trás. Porque mentir é fácil demais. Mentir é fácil demais.
Mentir é fácil demais, mentir é fácil demais

Volta pro esgoto baby e vê se alguém lhe quer.





4 Paixões de 2011 - Para a paixão nº 2

Quando eu quis você, você não me quis
Quando eu fui feliz, você foi ruim
Quando foi afim, não soube se dar
Eu estava lá mas você não viu.
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim

Quando eu quis você, você desprezou
Quando se acabou, quis voltar atrás
Quando eu fui falar, minha voz falhou
Tudo se apagou você não me viu.
Tá fazendo frio nesse lugar
Onde eu já não caibo mais
Onde eu já não caibo em mim

Mas se eu já me perdi, como vou me perder?
Se eu já me perdi quando perdi você.
Mas se eu já te perdi, como vou me perder?

Se eu já me perdi quando perdi você.



Biografia Legião Urbana - Parte 2


De toda a geração emergida no boom do rock nacional em 1985, a Legião Urbana foi a banda mais venerada pelo público e respeitada pela crítica. Não havia ingenuidade, nem brincadeirinhas nas letras. Por outro lado, o discurso não caía para a facilidade do tom panfletário. Renato era um líder nato. Os arranjos eram simples para não disfarçar as mensagens urgentes. No segundo álbum, Dois, o lado lírico e folk aflorou mais. Se o primeiro trabalho tinha toda a urgência punk-aborto-elétrico, aquele era  o contraponto, a visão complementar de um trovador que já não era mais solitário. Estava claro para todo mundo o que era, de fato, a Legião Urbana. O rock poderia ser popular, poderia falar de amor, poderia dar à música brasileira uma pá de grandes canções.


No terceiro disco, Que País É Este 1978/1987, a Legião amarrou de vez a ponte entre o Aborto Elétrico e o Trovador Solitário, gravando várias faixas que circulavam na obra daqueles trabalhos anteriores de Renato. Da violência naturalista de “Que país é este?” à singeleza romântica de “Eu sei”, a Legião era a síntese daquilo tudo: o ápice criativo de Renato e o rebuscamento de Dado e Bonfá (Nesta época, eles ainda contavam com Renato Rocha, o Negrete, baixista que entrou no grupo à época da gravação do primeiro disco e saiu depois deste terceiro trabalho).


Os primeiros anos sem o comando militar ainda eram marcados pela sombra que o governo de José Sarney representava. Para piorar, o fracasso das duas versões do Plano Cruzado provocavam um caos econômico no país e uma falta de perspectivas reais. As tintas que refletiam isso estavam sempre presentes nos trabalhos da Legião Urbana. Em momentos como aquele, elas pareciam tomar mais destaque. O rock brasileiro ainda sofria questionamentos quanto à sua legitimidade cultural, acusado de ser apenas uma importação anglo-saxônica, sem originalidade. Na esteira da resposta a esses críticos, os Paralamas tinham acabado de estourar “Alagados”, um hit cheio de referências caribenhas, nordestinas, com uma letra abraçada por todas as camadas sociais do país. A Legião faria mais e colocaria a saga de vida e morte de um nordestino, cantada em forma de repente, com enredo de história de cordel e nove minutos de duração, para ser a música mais tocada do país. “Faroeste caboclo” se tornou um marco da década de 80 e a Legião Urbana assumia, definitivamente, o posto de maior banda do Brasil.

Desafio dos 50 dias. - Dia 1

Cada dia, uma foto.


Dia 1: Uma foto sua com 15 anos






Ok, nessa eu tinha acabado de fazer 16... Pode ser? Viagem pra Porto Seguro no Terceiro Ano do Liceu. Foi incrível. Adoro essa foto pois foi tirada em cima de uma beliche, acreditam? No outro quarto foram tentar imitar a gente e quebraram a cama hahahahahah... Nela estão Heveraldo, Diego, Eu, Felipe, Renata, Juliana Souza, Juliana Berneger, Nathália, Jaqueline e Bruna. É bom olhar o passado assim e ver esses sorrisos, essa vida que tínhamos. Dá uma ponta de saudade. Mas dá alegria também. 

sábado, 24 de dezembro de 2011

Fechando gavetas

Nossa história é o que nos molda, nos dá forma. Tudo o que nos acontece, de bom e ruim é responsável por aquilo que somos. Nossas experiências acumuladas ao longo dos anos estão impressas em nós. Estão guardadas. Como gavetas que se alternam entre abertas e fechadas, de onde tiramos o que queremos na hora em que precisamos. Uma lembrança, um momento, uma história, um aprendizado. Está tudo ali, pra ser usado. É só abrir a gaveta certa.


Mas existem também aqueles momentos em que não sabemos muito bem como lidar com as coisas. Aquele presente indesejado que você ganhou. A multa que você recebeu mas não pode pagar agora. Um retrato que te cause dor. Um objeto que te lembre alguém. Ou simplesmente, alguém.


É quando temos que ter a sabedoria e a coragem de admitir que não podemos lidar com aquilo naquele momento. Guardar numa gaveta e esquecer um pouco. O tempo pode nos trazer experiências que vão nos transformar de tal forma, que um dia, ao nos deparamos com aquilo que ficou trancado, não doerá mais tanto. Não parecerá tão difícil. E talvez a gente descubra que nunca foi um problema.


Fechei uma gaveta hoje.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Seu doente...

Vou esquecer sua frieza, sua falta de afeição, su total despreocupação como o que sinto por você. Você não merece. Vou seguir seu conselho. Esquecer. Mas você não vai. Porque você sabe o quanto eu te amei e como você foi incapaz de lidar com isso. A culpa foi sua. Só sua. Meu erro foi querer te entender quando nem você se entende. Você não sabe quem você é, o que você é. Mas eu posso te dizer: Você é uma criança que cresceu demais, inseguro, com medo de ser adulto. Não seria defeito algum se você não machucasse as pessoas por causa disso. Você é tão confuso que nem seu nome você consegue saber. 
Não consigo ter raiva de você. Na verdade, no fundo eu tenho pena. 
Doente.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Biografia Legião Urbana - Parte 1



A partir de hoje, vou postando aos poucos a biografia da banda que revolucionou o rock nacional, a Legião Urbana. Por tudo o que a banda representa pra mim, pra minha vida, pra minha geração. Enfim, é importante que a atual geração saiba quem foram esses caras e que eles podem ter muito a dizer ainda.


Vindos de uma juventude punk forjada sob o olhar da classe média de Brasília, centro do poder no período militar, um grupo de amigos, conhecidos como a Turma da Colina, tinha muito para dizer. Cultos, com formação em bons colégios, viajados, eles foram se encantar logo pela anarquia punk. Natural numa cidade em que a impunidade era comum para quem está tão próximo ao poder. A Legião Urbana surgiu nesse cenário, na sequência de dois projetos musicais cujos nomes eram tão opostos quantos complementares: Aborto Elétrico e Trovador Solitário. Em comum entre eles, a figura de Renato Russo, cuja personalidade poderia ser deduzida a partir destas personas artísticas que ele havia criado e batizado. Da Turma da Colina, se juntaram a ele Marcelo Bonfá e Dado Villa-Lobos. Com o trio, o núcleo criativo se constituiu e daí uma nova história começa para os três.

Brasília era ainda uma ilha cultural em relação ao resto do país. Afora a genialidade da arquitetura de Oscar Niemeyer, até 1978, a história curta da nova capital não lhe atribuíra ainda nenhum momento particularmente brilhante nas artes, até porque não havia sido formada a primeira geração de artistas brasilienses. Estes estavam surgindo, justamente ali, com a cara que aquelas duas primeiras décadas tinha tido na cidade. Começa-se, então, a saber que a capital tem um olhar muito particular sobre o país que a cerca. Naturalmente, esse ponto de vista se apresenta pelos gritos jovens. O primeiro alvo, lógico, era o vestibular. Passando por ele, Brasília também entraria na vida adulta. “Química” era um dos hinos do Aborto Elétrico e foi a primeira canção daquela turma a ser gravada em fonograma e lançada em LP e K7 por todo o país. A responsabilidade disso foi de “amigos que estavam lá no Rio”, os Paralamas do Sucesso. Naquele momento, os ouvidos do Sul descobriam um novo jeito de se escrever letras e de se cantar. Esse novo modo vinha acompanhado de assinatura: Renato Russo. Não tardou para que Jorge Davidson, o cara que lançara os Paralamas do Sucesso, quisesse lançar também aquela nova joia que surgia na sua frente. Logo em seguida, eram eles, Renato, Dado e Marcelo, que estavam de mudanças para o Rio. Contrato assinado, chance de gravar um disco e a tal história começa a não ser só dos três, mas de uma geração inteira.


Entraram em cena acelerando o andamento da música jovem brasileira. Com ares punks e guitarras distorcidas, assumiam a voz daqueles que tinham crescido sobre o período militar chamando-os de “Geração Coca-Cola”, num texto que punha o dedo na cara dos mais velhos, sem deixar de cutucar a própria ferida. Um misto de desabafo e autocrítica que não poupava ninguém. Mas não eram só isso. Eles também sabiam chegar com canções redondas. “Ainda é cedo” e “Por enquanto” se tornaram duas das músicas mais regravadas por outros artistas nos anos seguintes.


(Continua...)

Aos visitantes internacionais

Ficaria muito feliz em saber que são os amigos que visitam o blog de outros países... Rússia, Alemanha, Canadá e Estados Unidos...

E os do Brasil também... Quem são vocês? Como ficaram sabendo do blog? O que acham?

Placido Domingo & John Denver - Perhaps love


Pink Floyd - Wish You Were Here - Live (Pulse)


Não volta.

A MÃE:

- A morte de um filho é pior do que um câncer. A morte de um filho não tem cura, não tem tratamento, não dá pra amenizar a dor. A morte de um filho faz sangrar o coração até o fim, e o fim não chega nunca, cada noite é pior que a anterior. A morte de um filho é pior que a própria morte, muito pior, porque faz a gente morrer um pouco todos os dias. A morte de um filho enlouquece de dor sem tirar a sanidade. A morte de um filho... Só se compara à morte de um filho.


O PAI

- Não fui ao torneio de futebol. Não o ensinei a andar de bicicleta. Não vi seus dentes caírem, nem nascerem de novo. Mal conheci a primeira namorada. Não consolei a primeira dor de amor. Não o levei aos jogos do Botafogo. Não conheci os seus amigos. Não fui á formatura do Colegial. Não apresente livros, não o ensinei a tocar violão, não viajamos juntos tanto quanto ele gostaria. Eu tinha que trabalhar, porque ninguém merecia um futuro melhor que o dele.
O futuro dele já não existe. E eu não tenho o seu passado.


A IRMÃ

- Não sei ao certo como foi com Caim e Abel, Esaú e Jacó, esses irmãos homens. A relação que entendo é a de irmão com irmã. Um amor que não pode incluir rivalidade, porque o amor-amor dele vai para a mulher e o dela, vai para o homem. Cumplicidade que vem desde a infância, o sorriso que entende insinuações por meias-palavras. Eu lembro da Tia Jose, ela nunca foi muito discreta. Então um dia ela me disse: “Que pena que você não é bonita como a sua mãe”. E eu inocentemente respondi: “Não tia! O Miguel é que é o bonito.” E era mesmo. Aquele irmão que me enchia de orgulho. O que vai ser de mim sem ele? Outra coisa eu serei: Mais triste, mais amarga, sem toda aquela beleza da vida, que vinha desde a infância. Infância minha e tua, meu irmão.



A Irmã - baseada no texto "Irmão" de Rachel de Queiroz.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A Laura

Ele segurou o elevador para ela:
- Boa tarde.
- Boa tarde. Obrigado. O senhor também vai para o décimo segundo?
- Vou.
Durante alguns segundos, aquele silêncio típico de elevador. Até que de repente...
Clang!
- O que foi isso?
- Não sei, acho que nós paramos.
O.K., presos no elevador é um péssimo lugar-comum, mas fazer o quê? Quem nunca escreveu um conto lugar-comum que atire a primeira bolinha de papel (um conto ruim amassado, por certo). Desistiu, não é mesmo? Continuando...
Ela está nervosa.
- Será que vai demorar muito?
- Não sei. É melhor você... Posso te chamar de você?
- Claro.
- É melhor você se acalmar. Espere um minuto... – Ele mexe em algumas sacolas de supermercado e tira um pacote de chá. – Toma cheira isso...
- Cheirar chá?
- É de camomila. Dizem que acalma, e como não dá para fazer um chá aqui...
Ela, lânguida, cheira o saquinho de chá.
- Não é que funciona mesmo?
- Eu não disse? – Há um certo tom de triunfo na voz dele.
Novamente silêncio de elevador.
- O senhor mora aqui há muito tempo?
- Mudei-me faz um mês, depois que casei. Pode me chamar de você também, viu?
- Certo.
Alguém grita da portaria:
- Em meia hora a gente tira vocês daí!
Ela se irrita:
- Pronto, perdi o flagrante!
- O que foi que você disse?
- Agora não pego mais o cretino do Vítor no flagra!
- Desculpe, quem é Vítor?
- O safado do meu marido. Eu descobri que toda quinta-feira, nessa hora ele se encontra com uma sirigaita que mora aqui!
- No décimo segundo andar?
- Exatamente. E o pior é que parece que a tal fulana é casada.
A ficha dele cai.
Clang.
- Mas... Essa só pode ser a Laura!
- Quem é a Laura?
- A minha mulher!
- Oh, eu sinto muito...
- Vagabunda!
- Não fique assim...
- Biscate!
- Toma um saquinho de chá...
- Eu vou me vingar!
- Como?
- Tira a roupa.
- O quê? Você ficou doido?
- Quer vingança maior, do que os traídos traírem os traidores?
- Hã?
- Cala a boca e me beija!
Meia hora depois...
- Bom, chegamos! Valeu a pena, não?
- E como! Perto de você o Vítor não faz nem cócegas...
- Vamos entrar e tentar dar o flagrante?
- Claro. Ei, o apartamento é o 1208.
- Impossível, aqui só vai até o 1206!
- Este não é o Edifício Sete de Setembro?
- Não. O Sete de Setembro fica aqui do lado.
Apertaram as mãos. E trocaram telefones, é claro. E ele entrou em casa e beijou a Laura, uma santa.

Narrações de Grey's Anatomy

"Todos nós vivemos a vida como touros soltos em uma loja de porcelana... Uma lasca aqui, uma rachadura ali. Causando dano a nós mesmos, aos outros. O problema é tentar descobrir como controlar o dano que causamos ou aquele que foi causado a nós. Às vezes, ele nos pega de surpresa. Às vezes, pensamos poder consertá-lo. E as vezes, o dano é algo que sequer conseguimos ver.

[...]

Estamos todos danificados, ao que parece. Alguns de nós, mais que outros. Carregamos o dano desde a infância e então, já adultos, causamos tanto quanto recebemos. Definitivamente, tudo que fazemos é causar dano. Aí então, começamos o negócio de consertar tudo o que pudermos..."

Geração de 85

A geração de 85 está morrendo aos poucos, seus sonhos, suas idéias e ideais naufragam num mundo pseudoglobalizado e capitalisa selvagem. Tentamos sobreviver entre a inércia da geração anterior e a imbecilização da nova. Somos a última geração que realmente acreditou que podia mudar o mundo e deixamos esse sonho pra depois. Depois que pagarmos nossas contas, depois que nos formarmos, depois que nos casarmos, depois que tivermos nossos filhos e netos e bisnetos. Deixamos nosso sonho pra depois da morte.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Porque é tão difícil encontrar alguém que queira algo sério?

Gostaria que vocês me ajudassem a responder essa pergunta que eu não consigo deixar de me fazer. Parece que pra todo lugar que eu olho só encontro gente querendo pegação, ficar por ficar... Tá todo mundo fugindo de compromisso ou é impressão minha? O que será que está havendo? Terminei um namoro em janeiro e sabem o porquê? A pessoa ficou com medo do que estava acontecendo, estava ficando sério demais. E agora em novembro ocorreu algo parecido. Mas qual o problema? Era bom, era maravilhoso estarmos juntos e aí se o compromisso vai amadurecendo dá medo? Que medo é esse?

É o medo da fase adulta. Ao firmarmos um compromisso com alguém, é como se estivéssemos dando adeus à nossa juventude. MAS ISSO NÃO É VERDADE! Pelo contrário, quão maravilhoso é viver a plenitude de uma paixão no auge da "nossa primavera"! Como há coisas para se aproveitar, viver, curtir, realizar a dois quando se tem "vinte e poucos anos"... É a fase onde tudo se solidifica dentro da gente. E porque essa geração está fugindo do compromisso como o diabo foge da cruz???

Nesses estranhos dias de dezembro, muita coisa em mim está mudando, muitas fichas caíram, mas o que mais tem me incomodado é essa sensação estranha de procurar agulha num palheiro. Mas, talvez o estranho da história toda seja eu. Talvez essa história de amor seja coisa do século passado...

Tio Valdir



Em julho desse ano faleceu meu tio-avô Valdir. E hoje me invadiu uma rajada de boas lembranças que tenho com ele, lembranças de um verão que passei na casa dele na praia. Foi um dos melhores da minha vida. Ele que me ensinou a jogar mau-mau, pássavamos tardes inteiras jogando: eu, ele, Arthur e Joana, filhos da então mulher dele. Lembro que nesse verão a cadela "Lindja" teve seus filhotes. Lembro do outro cachorro, Einstein, todo branquinho, uma figura que ficava pra cima e pra baixo abanando o rabo. Um dos momentos mais felizes q me lembro desse verão, foi quando eu, Arthur e Joana andando pela rua vimos lindas mudinhas de planta em frente a uma casa e roubamos. Éramos crianças né? Tava chovendo e a gente correndo pela rua com as plantas na mão... Eu lembro...



Tio Valdir tava sempre de bem com a vida, fazia piada com tudo, ria de si mesmo, dos outros. E tinha um grande coração. Deixou muitas saudades...



Meu tio Valdir.

O Falar



Eu acho que nunca confiei em alguém de verdade.

É estranho dizer isso, mas agora parando pra pensar, eu tenho a imprensão que sempre tive o pé atrás com todo mundo e isso é horrível. É como se estivesse sempre esperando uma punhalada por algum lado, uma traição, um "alguém falando mal".

A verdade é que falamos muito uns dos outros. Excessivamente. E quase sempre falamos mal. Porque nos julgamos tão superiores para dizermos que "Fulano é um escroto por isso...", "Beltrano é um idiota"? O porque nos colocamos a rir de alguém por qualquer motivo? Fazemos piada de coisas que ás vezes são tão doídas para algumas pessoas. Somos cruéis, implacáveis. Somos incapazes do buscar fundo os motivos e razões do outro e isso nos leva a atitudes tão mesquinhas, tão absurdamente desumanas, que fica difícil acreditar que haja qualquer resqício de generosidade em nós.

Eu preciso falar menos dos outros. E você?

Добро пожаловаться! (Bem vindo)

Gente, quer dizer que agora eu tenho visitantes russos também?
Eita que tô internacional...


Até fiquei mais felizinho hoje, porque o dia foi tão triste, tão melancólico...

Papo com o Tião

Oi, Tião...


Esse final de ano tá estranho demais, sabia? Sabe aquele jogo que você tá perdendo de 7 X 0 e já está nos 46 do segundo tempo. Tô sem fôlego pra correr Tião. Não dá pra marcar um gol agora, o time tá cansado, o adversário bateu muito durante o jogo, o juiz era comprado. Não vai ter jogo de volta. Esse resultado me desclassifica da competição, agora só ano que vem, Tião, só ano que vem...


Não tem mais nada pra acontecer. Agora é tocar bola até o apito final, rever os erros da temporada e se preparar: Em janeiro começa outra competição. Até lá... Até lá eu vou tocando bola...


Ba' noite, Tião.






Tião é um travesseiro comprado na Leader Magazine que veio com um defeito de fábrica: Ele ouve. E até dá uns conselhos de vez em quando..

Mais um da série "Novembro de 2011". A gente se ilude tanto né?



Presente 



Meu presente. Presente. Sente. Ente. Te. Te amo. O presente que estamos vivendo e que estou aprendendo a amar. E me satisfazer com ele. Presente momento de felicidade na minha vida. Você é meu presente. O melhor que a vida podia me dar. 
Você me ensina a viver o agora. O hoje. Amanhã ainda não existe. E ontem já passou faz tanto tempo que não vale a pena lembrar. 

Que presente eu poderia dar pra alguém que tem feito os meus dias mais engraçados, cheios de riso, caras abobadas e beijos? Beijos quentes. 

Eu poderia buscar no mundo inteiro um presente pra você... Mas tudo é tão pequeno perto do que você me faz sentir. E eu nem sei se devo sentir. Mas sinto. Amo. 

O melhor presente que posso te dar é o hoje. O presente. O agora . E elas. As letras, a forma com a qual eu mais consigo expressar aquilo que se passa dentro dessa cabeça e coração de criança.

Te amo. 

Lênin