
Foi-se mais um dos gênios brasileiros. A morte de Chico Anisyo me fez pensar em como foi imprescindível pra ele ser o que ele foi, o fato de ter nascido brasileiro. Em como Chico levou pra sua arte uma porção de "Brasis" diferentes. E de como ele tinha orgulho de ser brasileiro. E reacendeu em mim essa chama, essa alegria de ter nascido aqui.
Me sinto uma ilha verde e amarela cercada por um oceano azul e vermelho. O bombardeio de cultura norte-americana que sofro todos os dias me dá a impressão de que num futuro não tão próximo, vão ser raros os pontos de cultura brasileira. A maioria das pessoas com as quais me relaciono, só sabe falar de Lady Gaga, Britney, Beyoncé, Adele. Seriados americanos. Livros americanos. Não conseguem distinguir o que é lixo do que é bom, pasteurizam tudo. É como se tudo o que viesse de lá fosse melhor. Talvez venha daí minha implicância com o que é produzido lá. Sobre a geração que veio cerca de 5, 6 anos depois da minha, tenho a impressão de que se trata de pessoas que tiveram maior facilidade no acesso a cursos de inglês, e talvez por isso o fascínio, desde muito jovens, por cultura norte-americana.
Sou Brasileiro assim. Com "B" maiúsculo. Amo ter nascido aqui, amo o sangue latino que corre nas minhas veias. Essa mistura de cores, ritmos, sotaques, crenças e sorrisos que nos fazem o país mais feliz do mundo. Apesar das mazelas que nos assombram. Apesar da corrupção. Apesar de todos nossos problemas. A cultura brasileira é sim a mais rica e diversa do mundo. Sou Tom Jobim, Villa Lobos, Chico Buarque, Renato Russo, Cartola, Elis Regina, Los Hermanos, Paulinho da Viola, Milton Nascimento e tantos outras variações e cores e sons da nossa música. Sou Érico Veríssimo, Rachel de Queiroz, Clarice Lispector, Milton Hatoum, Manuel Bandeira, Machado de Assis, Caio Fernando Abreu, Vinicius de Moraes, entre outros nas letras... Sou Fernanda Montenegro, Drica Moraes, Wagner Moura e Chico Anisyo. Sou Tarsila do Amaral e Portinari. Sou Niemeyer.
Tenho muito, muito orgulho da cultura do meu país e a defenderei até o fim. O que se produz aqui não fica a desejar em NADA ao que se faz lá fora, isso quando não supera a produção estrangeira. Claro que Tenho a minha admiração pelo que se produz de qualidade em outros países, mas sei valorizar o que se produz aqui. E na verdade, acho que o que falta nessa geração é discernir o que é bom do que não é.
Sou BRASILEIRO.
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